Controle Digital
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Os controladores, que originalmente processavam sinais analógicos por meio de dispositivos mecânicos, pneumáticos ou eletrônicos, hoje são quase na totalidade implementados em meio digital. Neste cenário, os sinais passam a ser amostrados e as equações matemáticas se transformam em instruções com cálculos aproximados executados por um microprocessador. Por isso são requeridas considerações especiais para o projeto.
No mercado industrial, os principais dispositivos utilizados para o controle de processos são os controladores digitais dedicados (single loop’s), os controladores lógicos programáveis (CLP’s), os sistemas digitais de controle distribuído (SDCD’s) e os computadores industriais. Todos são dispositivos microprocessados capazes de implementar pelo menos a função de um PID.
No projeto de controladores em ambiente digital, duas abordagens podem ser usadas. A primeira é utilizar a teoria de controle digital, onde desde o início do projeto, os sinais são tratados como discretos e a função de transferência do processo e do controlador utiliza o domínio Z ao invés do domínio S, de Laplace. As ferramentas de análise tais como Lugar das Raízes, Diagrama de Bode, também são próprias para este domínio. Uma segunda abordagem, adotada aqui, conduz o projeto de maneira clássica (no domínio s). O controlador digital é obtido, ao final, como uma aproximação da versão analógica e critérios serão discutidos para avaliar a validade desta aproximação.
A Figura abaixo mostra o esquema de um controle retroalimentado onde o controlador é implementado num sistema digital. O sinal na saída do controlador MV(k), de natureza discreta, é convertido para um sinal analógico MV(t) e enviado ao processo. No elo de retroalimentação, o sinal da variável controlada PV(t), analógico, é convertido para um sinal discreto e usado pelo controlador no cálculo da próxima ação de controle. Este ciclo se repete continuamente, com sucessivas conversões entre sinais analógicos e digitais. A conversão de um ambiente para outro é feito por meio de conversores A/D e D/A.
Vantagens do controle digital:
- Não há mudança no funcionamento do controlador devido à degradação de componentes internos;
- Facilidade para modificar a estratégia de controle, necessitando apenas a reprogramação do sistema;
- Menor custo de implementação e manutenção, visto que com um único hardware é possível implementar diversas malhas de controle.
O uso de um controlador digital, no entanto, requer alguns cuidados, visto que seu uso envolve a conversão e o processamento de sinais digitais:
- Erro de quantização associado à resolução do conversor A/D e D/A;
- Acréscimo no tempo morto relacionado ao transporte e processamento dos sinais;
- Falseamento (“aliasing”) causado por ruído de medição associado com um tempo de amostragem limitado;
- Erro de aproximação no cálculo digital da ação integral e ação derivativa.
Cada um destes itens será estudado nas seções seguintes. Depois será apresentado o algoritmo do PID digital industrial.